História dos Jogos Olímpicos: De Londres-1948 a Los Angeles-1984

Suspensos pela Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos voltaram a ser realizados em 1948, novamente em Londres, sede do evento em 1908. Devastada pelo conflito e ferida em seu orgulho, a Europa tentava se reerguer. Em um mundo em transformação, onde a aura aristocrática do passado dava lugar às necessidades de reconstrução e aos clamores da modernidade, as Olimpíadas também refletiram essas mudanças, os anseios por liberdade, as lutas pela igualdade e, consequentemente, seriam instrumentos poderosos de demarcação de território.

Em sua segunda edição, a revista “A história dos Jogos Olímpicos” convida o leitor a um passeio pelas Olimpíadas da segunda metade do conturbado século 20. A mesma competição que consagraria alguns dos grandes atletas da história — como o brasileiro Adhemar Ferreira da Silva (o primeiro bicampeão olímpico do país), os americanos Mark Spitz (com sete ouros e sete recordes mundiais na natação) e Cassius Clay (que mais tarde se rebatizaria como Muhammad Ali), a romena Nadia Comaneci (o primeiro 10 na história da ginástica) e a russa Larissa Latynina (18 medalhas na ginástica, nove delas de ouro) — também seria palco de manifestações políticas que agitariam o mundo.

São evidências contundentes de que o projeto do barão de Coubertin — que idealizou as Olimpíadas como “apenas” um grande congraçamento pelo esporte, sem interferência externa — não resistiria ao tempo. Os Jogos de Melbourne-1956, Tóquio-1964, Roma-1960, México-1968, Munique-1972, Montreal-1976, Moscou-1980 e Los Angeles-1984 foram marcados por pressões políticas, boicotes e protestos que desencadearam rupturas definitivas. No auge da Guerra Fria, Estados Unidos e URSS fizeram Jogos que hospedaram demonstrações de força.

Mas também houve beleza. E muitos momentos inesquecíveis.