Duração:
29 de julho a 14 de agosto
Atletas:
4.104
Países:
59
Com os cofres ingleses
combalidos pela Segunda Guerra Mundial, os Jogos Olímpicos de 1948 foram
organizados sob o mantra da austeridade: sem novos ginásios, instalações
militares foram usadas para hospedar atletas e sediar provas. Grande parte dos
competidores do Reino Unido ficou em suas próprias casas, em vez de terem
alojamentos dedicados. O mítico Wembley concentrou disputas como o atletismo e
o futebol. Cinquenta e quatro anos depois, o estádio foi demolido, dando lugar
a uma nova e mais moderna arena.
Mesmo ainda arruinada pelos
bombardeios de anos antes por parte das forças aéreas alemães, Londres realizou
uma grande Olimpíada. Mais do que nunca, o importante era retomar o espírito
dos Jogos, por todos os motivos que ainda cheiravam a pólvora e por outro em
especial: Londres-1948 foi também a primeira edição após a morte do Barão de
Coubertin. Ele falecera em 1937, um ano depois da Olimpíada de Berlim.
Houve pressão da comunidade
internacional para que Alemanha, Itália e Japão (que formavam o Eixo, derrotado
na Segunda Guerra) fossem excluídos da Olimpíada. A Itália esteve presente, o
Japão se recusou a ir até Inglaterra, e os alemães acabaram mesmo excluídos,
sob o pretexto de que ainda não tinham governo reconhecido internacionalmente.
A União Soviética manteve sua postura de isolamento, já anterior à guerra, e
não mandou seus atletas.
Nas disputas esportivas, o
grande destaque individual foi a holandesa Fanny Blankers-Koen, ovacionada em
Wembley por conquistar medalhas de ouro nas quatro provas mais rápidas do
atletismo: os 80m com barreiras (que não são mais disputados nos Jogos), os
100m e 200m rasos e o revezamento 4x100m.
Blankers-Koen foi impulsionada
por uma novidade nas provas de velocidade da modalidade: pela primeira vez nos
Jogos Olímpicos, os corredores contaram com a ajuda de uma inovação: eram os
blocos de partida, a fim de fixar os pés na hora da largada.
Dois finlandeses da ginástica
olímpica, Veikko Huhtanen e Paavo Aaltonen, também foram destaques individuais,
com três medalhas de ouro cada um. Alguns atletas eram documentos vivos da
história recente, como o atirador húngaro Karoly Takács. Destro, ele teve a mão
direita decepada pela explosão de uma granada, mas aprendeu a atirar com a
esquerda e conquistou o ouro na prova de pistola rápida.
Londres viu ainda o surgimento
de uma das maiores lendas do esporte, que seria consagrado definitivamente
quatro anos depois: aos 26 anos, o tcheco Emil Zatopek foi ouro nos 10.000 m e
prata nos 5.000 m.
Com a Alemanha fora da disputa,
os Estados Unidos retomaram o primeiro lugar no quadro de medalhas, perdido em
Berlim-1936. O segundo lugar geral ficou surpreendentemente com a Suécia.
CURIOSIDADES:
O início de um supercampeão O
velejador dinamarquês Paul Elvstron começou, em Londres, a escrever sua
história nos Jogos. Além do ouro na capital inglesa, ele subiria ao alto do
pódio também em Helsinque-1952, Melbourne-1956 e Roma-1960.
Pela tv A edição de Londres foi
a primeira a transmitir suas provas ao vivo para aparelhos de TV em residências
particulares.
Primeira deserção Com críticas
à falta de liberdade de expressão e à censura imposta ao tchecos depois da
intervenção da União Soviética, no início de 1948, a ginasta Marie Provaznikova
se tornou a primeira atleta a desertar durante uma edição olímpica.